sábado, 10 de março de 2018

Educação Infantil na Era Digital: Olhar Atento e Escuta Sensível

Na construção do Plano Anual de Trabalho da Educação Infantil 5 para 2018, uma das abordagens principais é o enfoque em uma proposta pedagógico que envolva as crianças sob a perspectiva de um olhar crítico e da escuta sensível na era digital.

Como nos faz refletir Mattos (2013) sobre a importância da criança "Aprender a usar a tecnologia com responsabilidade, em que os professores dão dicas de boas práticas e falam sobre as políticas de privacidade". 

O autor Aurélio (2010) nos impulsiona a refletir que "[...] a Inclusão Digital é especificamente um meio interativo e construtor de significados inseridos na contemporaneidade." Deste modo, nos cabe, enquanto educadores, o potencial formador não só de opinião, mas principalmente de atitude saudável e positiva frente as demandas que emergem da maneira como todos nós, educandos e educadores, lidamos com as tecnologias, seus avanços e, em especial, as mudanças que surgem de nossa interação com as mesmas.

Penso que a inclusão digital é de fato muito importante, especialmente quando ela é pensada exatamente para as crianças em idade até os 6 anos. Pois entendo que esta faixa etária, a da primeira infância é o momento em que as crianças constroem laços marcantes nas interações com os recursos  tecnológicos e na socialização. Outro fator marcante, nesta faixa etária, é o gosto que as crianças pequenas demonstram ter por histórias, desenhos animados, coloridos e imagens que contenham movimentos, bem como por atividades diversificadas como brincadeiras de encaixe, dominó e jogo da memória. Deste modo, pensar o quanto todos estes recursos são estimulantes quando aliados à utilização do computador como ferramenta pedagógica, é perceber que a tecnologia também está presente no dia a dia da criança em idade pré-escolar. Por isso é fundamental incentivar o educador infantil a levar as crianças pequenas a percorrerem caminhos pedagógicos em que sejam desafiadas a brincar, interagir, aprender e ensinar, construindo uns com os outros a utilização dos recursos que a inclusão digital inserem ao currículo da educação infantil, de forma lúdica e interativa. 

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil trazem o seguinte: 
"Ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que aprendem a ser e conviver consigo próprias, com os demais e o meio ambiente de maneira articulada e gradual, as Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação Infantil devem buscar a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida 10 cidadã, como conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores. Desta maneira, os conhecimentos sobre espaço, tempo, comunicação, expressão, a natureza e as pessoas devem estar articulados com os cuidados e a educação para a saúde, a sexualidade, a vida familiar e social, o meio ambiente, a cultura, as linguagens, o trabalho, o lazer, a ciência e a tecnologia". (Parecer CEB022/98, MEC, p.12)

Refletir sobre a citação encontrada no material do Ministério da Educação que nos fala sobre o referencial da educação infantil, nos traduz um pouco esta preocupação sobre a questão da maneira como vamos lidar com a questão da tecnologia na educação infantil.

Deste modo, ao pensar o Plano Anual de Trabalho para 2018 na turma Infantil 5, considero como objetivo principal proporcionar a inclusão digital às crianças da educação infantil, com a perspectiva de:
- promover a criatividade;
- instigar a curiosidade;
- explorar e desenvolver a coordenação motora fina;
- garantir o direito a inclusão digital;
- interagir e conhecer diferentes linguagens;
- estimular o raciocínio lógico;
- auxiliar na percepção de cores e diferentes formas/texturas;
- proporcionar momentos de interações criativas em que crianças e adultos aprendem e colaborem com a aprendizagem uns dos outros;
- ampliar o repertório sonoro e audiovisual das crianças e seus familiares;
- produzir materiais de autoria colaborativa;
- valorizar as produções artesanais e da comunidade local no fazer pedagógico diário;
- articular o fazer pedagógico através de ações coletivas em respeito à diversidade cultural e étnica.

Portanto, é sempre impactante e necessário reafirmar que educar é procurar chegar a criança por diferentes caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pela criatividade, pela música, pela representação, pela tecnologia, pela mídia, pelo áudio, pelo vídeo, pela palavra e principalmente pelo olhar atento e pela escuta sensível.


REFERÊNCIAS
AURÉLIO, Denise Antunes. Inclusão Digital na Educação Infantil. CINTED/UFRGS. Alegrete: 2010. Acesso ao link em 08/03/2018: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/141551

MATTOS, Cristiana. Educação Infantil na Era Digital. Colégio Bandeirantes. São Paulo: 2013. Acesso ao link em 08/03/2018: https://youtu.be/6b-7_vspdrs

Um comentário:

  1. Ana! Bacana ouvir o que a Escola Bandeirantes tem para contar. Experiências já vividas. Gostei de ver. Eu também sou super a favor de deixar as crianças de qualquer idade, desde que supervisionadas a utilizarem tecnologia. Amoooo ver aqueles dedinhos curiosos e precisos clicando. kkkk Continua escrevendo, estou por aqui te acompanhando. Abraço, Betynha (Tutora PEAD2UFRGS - SI VII)

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