Uma proposta amplamente debatida entre os profissionais da educação que atuam na educação infantil é que as escolhas pedagógicas deste ser envolvida em ações em que as crianças possam vivenciar a afetividade e o afeto.
Deste modo a afetividade e as relações psicossociais oferecem uma oportunidade de vivenciarmos uma metodológica que emerge da escola de educação infantil.
Destacamos, deste modo, as referencias de Piaget que nos apresenta que "Nunca há ação puramente intelectual, assim como também não há atos que sejam puramente afetivos".
O questionamento base para esta perspectiva metodológica em escolas de educação infantis inicia-se nas emoções e em como lidar com elas no dia a dia?
Portanto, entende-se que, como adultos e também como crianças, trabalhamos com o nosso emocional a todo momento, conforme o nosso contexto diário vai sendo vivenciado, ou seja: na família, no trabalho, na escola, no trânsito... a todo momento somos chamados ao ato de educar nossas emoções.
É perceptível que quando não estamos bem, muitos sentimentos adversos se manifestam. A partir de alguns exemplo diários, surgem alguns questionamentos pertinentes:
- E quando não estamos bem, como nos sentimos? Do que mais precisamos?
- De onde partem as nossas reações verbais e físicas mais severas?
- Porque, ainda na infância, surgem tantas situações desagradáveis nas relações entre os pares?
Podemos citar alguns estudos de WALOW (1995, p.83) que nos diz que:
[...] "as creches e escolas são de grande importância para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças [...]. Nesses locais, elas têm de aprender a brincar com as outras, respeitar limites, controlar a agressividade, relacionar-se com o adulto e aprender sobre si mesma e seus amigos, tarefas estas de natureza emocional [...] o fundamental para as crianças menores de seis anos é que elas se sintam importantes, livres e queridas".
Considerando esta potencial ação, precisamos refletir sobre nossas escolhas e sobre nossa atuação profissional, enquanto trabalhadores em educação lotados na Educação Infantil que optamos ser.
Mais algumas questões para refletirmos:
- É possível reconciliar-se consigo mesma e oportunizar às crianças que o dia de hoje seja diferente?
- Na chegada da criança na escola, como fazemos a acolhida? Qual a importância, neste momento, de deixar os pais seguros?
- E se hoje? Como está sua turma? Agitada, confusa, com muitas dificuldades de relacionamento?
- E você professora, como se sente? Como você está hoje? Está conseguindo lidar com as adversidades? Precisa de ajuda? Quer conversar?
É muito importante que o profissional da educação reconheça as suas dificuldades, mesmo que sejam apenas dificuldades momentâneas, numa situação específica, para que seja possível compartilhar responsabilidades e construir novas formas de solucionar os problemas diários.
Uma potencial ação afirmativa é o compartilhamento de responsabilidades e experiência. Ao darmos oportunidade para os outros e aprendemos a receber ajuda sem nos sentir frustrado por não ter feito sozinho é especialmente libertador, pois nos tira do ombro um peso que não é só nosso, é de todos.
Acredito que cada um pode fazer um pouquinho e assim tudo fica MAIS LEVE, MAIS ALEGRE, MAIS HUMANO.
Outro facilitador importante é contemplar nos Projetos da turma ou mesmo da escola as questões pertinentes às dificuldades enfrentadas com as relações psicossociais, envolvendo as famílias ao longo de todo processo pedagógico e cognitivo e não somente nos momentos de entrega de Pareceres Descritivos/Avaliações.
Ao estudarmos os referenciais teóricos para a educação e a legislação educacional vigente, nos deparamos com um artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que nos possibilita perceber e refletir um pouco mais sobre como as relações entre todos os segmentos da comunidade escolar se estabelecem:
"A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade". (LDB 9.394/96, em seu artigo 29).
Deste modo, pensar a escola e sua comunidade escolar envolvida por sentimentos de afetividade, prazer e alegria é propício para que as ações pedagógicas possam promover sentimentos no grupo de professores, no grupo de crianças e no grupo de familiares. Entende-se, portanto, que a escola é um todo, não existe um setor sem o outro: prefeitura, limpeza, merenda, secretaria, equipe diretiva e pedagógica e familiares. E é tudo em prol da CRIANÇA, ela é a principal peça de lego que se encaixa nesta alegre brincadeira.
É relevante lembrar que a criança desta turma é única. No meu caso, apesar de estar atuando há 19 anos com educação infantil, é o primeiro ano desta criança na minha vida. Enquanto educadora, é necessário questionar: o que esta criança merece receber?
Para cada ação pedagógica planejada e para cada proposta a ser vivenciada é importante refletir que precisamos ser o exemplo enquanto adultos para depois termos uma sociedade em que as crianças de hoje tenham a possibilidade de construir um futuro melhor para a humanidade.
Ainda podemos perceber que é possível resgatar em nós o encantamento dos nossos primeiros anos de profissão.
UM
POUCO de cada experiência de vida..
UM
POUCO de cada encanto sentido e
vivenciado...
UM
POUCO de tudo que vai servir de lição...
UM
POUCO de cada ação que escolhemos ter...
UM
POUCO de brilho no olho, aquele de quando começamos na profissão...
UM
POUCO já é MUITO...
Porque
UM POUCO é TUDO
o que
precisamos para
FAZER
HOJE AS MUDANÇAS QUE IREMOS PRECISAR AMANHÃ!
REFERÊNCIAS
BRASIL/MEC. LEI nº. 9.394/96 – Das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Dezembro 1996 (Artigos. 22 e 29).
CURY, Augusto Jorge. A turma da floresta
viva: Ansiedade para filhos e alunos. São Paulo: Editora Saraiva, 2015.
CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes,
professores fascinantes. Rio de Janeiro: Esextante, 2003.
WALLOW, H. A evolução psicológica da
criança. Lisboa: Edições, 1995.
SUGESTÕES DE VÍDEO
- Desenvolvimento Afetivo (UNIVESP, 2010)
https://youtu.be/IUSVeVnmt1U
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