Ao ler o texto "Práticas
Musicais na Educação Infantil”, de Leda de A. Maffioletti me deparei com uma
imagem bem presente de como acontece o ensino de música na turma em que atuo
Berçário II.
A autora aborda sobre
a maneira atual como a música é usada na educação infantil:
“Na hora
em que todos os alunos devem fazer algo juntos, a música aparece como uma forma
de homogeneizar o tempo escolar: entrada, merenda e descanso. Esse é um típico uso
da música como recurso na educação, há tanto tempo criticado, mas incrivelmente
vigente em todas as escolas. Estudos mais detalhados sobre o assunto revelam
que a presença desse tipo de prática musical é uma forma camuflada de a escola
exercer seu ‘poder – pudor’: “Ou seja, a escola desenvolve mecanismos disfarçados
de comando, para manter o controle do tempo e do espaço, e assim preservara
tradição de fazer-se obedecer”. (Fuks, 1991)
Ao analisar a maneira como
me comporto diante do ensino de música na minha turma entendo que não estou
nada distante da perspectiva acima descrita.
Lendo os textos
apresentados na interdisciplina Música fui, aos poucos, percebendo que falta
muito no que se refere a qualidade do ensino de música na minha sala de aula:
um pouco por não ter me dado conta disto antes e outro por estar precisando
investir em recursos materiais e sonoros para de fato oportunizar um contato
mais dinâmico e qualificado da música e suas potencialidades para as crianças
da educação infantil, onde atuo.
Falta oferecer mais
possibilidades para que as crianças vivenciem a exploração criativa dos sons
dos instrumentos, aprendendo diferentes conceitos musicais, dentre eles:
- agrupamento de sons;
- separação de sons;
- classificação de sons;
- seriação de sons;
- noções de sequências
sonoras;
- duração do som;
- duração do som
(temporalidade).
Deste modo, com as
leituras sugeridas, percebi que é fundamental salientar que o
desenvolvimento da capacidade de expressão corporal acontece na primeira
infância, é neste período, que através de um processo de exploração
criativa dos movimentos e expressões corporais, que o indivíduo irá construir
suas possibilidades e potencialidades futuras, construindo intimamente uma
relação positiva consigo mesmo, sentindo-se capaz.
Portanto que as crianças
aprendem música de maneira ativa, em um processo em que o papel da atividade
corporal da criança é essencial à construção do seu conhecimento.
E no que se refere a
imitação, a criança irá vivenciar ela gradativa e instintivamente, trocando
experiências com seus pares e não só com o professor (Estilo brincadeira Chefe
Mandou...). É importante, portanto, que as imitações permitam à criança
vivenciar, sentir, pensar, explorar, comparar, brincar, antes mesmo de imitar o
gesto ou a sonoridade ofertada.
Esta reflexão me permite,
enquanto professora pesquisadora, em constante processo de aprendizagem e
realizando mudanças positivas para qualificar meu trabalho com as crianças,
inserir aqui um trecho do vídeo da Música: “Olha o Mosquito” de minha autoria, cantada em parceria com as crianças do
Infantil I da EMEI Antônio Leite.
Neste processo de
construção e reflexão da minha prática pedagógica enquanto estudante do curso
de Pedagogia da UFRGS, me deparo com este momento em que percebo o quanto tenho
que melhorar e qualificar meu trabalho ao oportunizar momentos musicais às
crianças.
Ao me autoanalisar
enquanto professora de educação infantil entendo que para oportunizar um
ambiente sonoro adequado não é suficiente apenas que o professor tenha boa
vontade, gosto pela música e canto.
Portanto, para que todas
as crianças possam interagir com suas potencialidades sonoras e explorar a
musicalidade de maneira a construírem seus próprios conceitos e adquirir suas
aprendizagens musicais, é de extrema relevância que enquanto educadora infantil
venha a qualificar ainda mais minha ação pedagógica aprimorando-a através de
estudo e prática mais consistente, oferecendo, assim, um ambiente musical mais
propício à aprendizagem musical dos alunos.
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