quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Estudos sobre Insetos Visitantes da Pracinha da Escola - Experiências com o Infantil II A

Antes de iniciar este relato de experiência é importante dizer que, no turno da tarde durante o ano letivo de 2016, estive como substituta na escola onde, no turno da manhã, atendo a turma Berçário II.
Por este motivo, estive três dias em atendimento às crianças do Infantil II A.
Durante o horário de pracinha do primeiro dia, algumas crianças encontraram na nossa pracinha de areia um "bichinho" não identificado e logo todos se interessaram em saber do que se tratava. Então combinamos que iriamos estudar para saber de que bichinho se tratava.
Surgiram algumas hipóteses iniciais: besouro, grilo, barata que ainda não cresceu e formiga gigante.
Na aula do outro dia, nos reunimos numa rodinha na sala de aula e, com o apoio do meu celular, todos as crianças puderam olhar a foto do bichinho encontrado no pátio, para lembrar. Depois deste momento as crianças ganharam uma folha e desenharam suas hipóteses na folha "Ontem encontramos um bichinho no pátio da escola, eu acho que ele é...". Conforme as crianças realizaram seus desenhos, fui registrando na folha de cada um as suas hipóteses e cada criança colou no seu desenho uma foto miniatura do bichinho encontrado.
No terceiro dia de aula as crianças se reuniram na sala de aula novamente, e com o uso do data show da escola, do meu notebook e a internet da escola, pesquisamos imagens de bichinhos de acordo com as hipóteses relatadas pelas crianças e registradas em seus desenhos, realizando um comparativo com a atividade do dia anterior.
Neste dia, descobrimos que o bichinho encontrado é um grilo e que ele gosta de se alimentar com folhas e observamos que bem pertinho de onde encontramos a família de grilos no nosso pátio, temos várias plantinhas em vasos feitos de garrafa Pet.
Ao ler o texto "Repensando o ensino de Ciências a partir de novas histórias da ciência" de Russel Teresinha Dutra da Rosa, sugerido na interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, há um trecho que representa bem este processo rico em descobertas, vivenciado pelas crianças do Infantil II:

"... as ideias de certo e errado são relativizadas. 
O erro dos alunos passa a ser fonte de reflexão para 
o professor, podendo indicar a existência de algum tipo 
de obstáculo epistemológico para a compreensão de 
noções científicas que estão sendo ensinadas" 
(Davis e Espósito, 1990)

O trecho acima reforça a ideia de que aprender faz parte de um processo repleto de erros e acertos, onde cada um de nós está descobrindo, interagindo e aprendendo sempre, inclusive eu, enquanto professora.
Outro texto que reflete esta prática pedagógica realizada na turma do Infantil II é o "O ensino de ciências e a educação infantil" por Russel Teresinha Dutra da Rosa, que nos informa que:

"O ensino de ciências na educação infantil acontece preferencialmente 
integrado às demais áreas de conhecimento, proporcionando, através 
dos conhecimentos acumulados, teorias, metodologias e instrumentos 
da área, uma riqueza de possibilidades de exploração do mundo realizada 
pelas crianças. Muitos dos temas enfocados por esta área, são temas 
de interesse das crianças sobre os quais elas já vêm se perguntando e 
construindo concepções e representações, sendo fundamental, ao 
planejarmos qualquer atividade envolvendo conhecimentos da área 
de ciências, criar oportunidades para que as crianças interajam com 
diferentes materiais e expressem suas concepções, representações e 
hipóteses explicativas. Nesses momentos, através de diferentes materiais, 
é possível ampliar interesses e fornecer informações adicionais. Uma postura 
desejável no ensino de ciências é a de encorajar as crianças a realizar 
testes e expor suas dúvidas sobre os temas abordados."

Conforme defende a autora Russel no texto acima, é importante oportunizar estudos na área de ciências naturais, na educação infantil, através de uma abordagem lúdica, onde o jogo simbólico esteja presente e que eles possam expressar suas hipóteses, sugestões e aprendizagens.
Em outro trecho do texto "O ensino de ciências e a educação infantil", Russel reforça uma proposta de ensino em que:

"... o desenvolvimento de projetos com as crianças.
Trabalhar com a fantasia e a imaginação, mas também com a 
observação, as comparações, as medidas e os registros escritos, 
os desenhos, as modelagens, as colagens e etc.. Em suma, a criança 
para construir conhecimentos precisa agir, perguntar, ler o mundo, 
olhar imagens, criar relações, testar hipóteses e refletir sobre o 
que faz de modo a reestruturar o pensamento permanentemente."

Partindo das premissas citadas pela autora e das aprendizagens adquiridas através desta proposta realizada com a turma do Infantil II A, entendo que é fundamental realizar experiências na área de ciências, a partir das curiosidades das crianças.
Descobrir e aprender brincando é uma forma significativa e prazerosa de estudar.







Registros e os processos linguísticos que envolvem a fala no Berçário II

Dentre os registros e os processos linguísticos que envolvem o desenvolvimento da fala no Berçário II, neste ano letivo, as crianças estiveram incluídas na seguintes atividades:
- desenhos feitos pelas crianças;
- criação de uma história coletiva;
- sessões de fotografia;
- gravações de áudios;
- gravações de vídeos;
- seleção de imagens de personagens na internet;
- uso do recurso do data show para realizar atividades digitais  coletivamente;
- rodinhas musicais diárias, com repertório variado;
- ensaios e apresentações culturais (integração com outras turmas da escola e com comunidade escolar)
- auxílio aos professores diariamente na hora de servir o almoço e apresentação verbal do cardápio do dia aos demais colegas;
- contação de história escolhida pela criança aos demais colegas;
- realização da chamadinha, organização das agendas e contagem da quantidade de colegas presentes e  ausentes no início de cada manhã.

Berçário II vivenciando os processos linguísticos da fala

Ao longo deste ano letivo, no Berçário II, o processo linguístico que envolve principalmente a expressão oral esteve em foco: como um objetivo pedagógico e como uma preocupação das famílias.
Como educadoras, nosso papel foi oportunizar vivências diferenciadas e evidenciar eventos da rotina para promover o enriquecimento de vocabulário e a desenvoltura linguística.
É essencial explicar o que se trata aqui por desenvoltura linguística no Berçário II antes de exemplificar as propostas pedagógicas que envolveram o desenvolvimento deste processo.
Desenvoltura linguística, neste caso, envolve a disponibilidade de expressão dos sentimentos e desejos de uma criança através da oralidade. Pois, em especial nesta fase que a criança do Berçário II está e no que compreende também a faixa etária de 1 ano e 5 meses aos 3 anos de idade, período em que a maioria das crianças apresenta uma inibição em expor verbalmente suas necessidades, a criança opta por comunicar-se através da gesticulação. E diga-se de passagem elas conseguem, incluindo com o olhar, expressar-se muito bem.
Por outro lado, há uma preocupação maior por parte do adulto de que as crianças expressem seus desejos e necessidades através da fala. 
Deste modo, oportunizar atividades que envolvam desinibição e enriquecimento do vocabulário de uma criança é estar desenvolvendo-a linguisticamente.
Para obtermos sucesso neste processo foi fundamental um bom planejamento e muita organização para que a diversão estivesse garantida. 
Planejamos o projeto "Viajando no Mundo dos Livros" com um cronograma anual que orientou nossas ações e reações frente às necessidades linguísticas, sociais e afetivas das crianças do Berçário II.
Observamos que 11 das 18 crianças envolvidas apresentavam inibição ao expressarem-se. Geralmente optavam por gesticular ou murmurar para expressar o quê queriam naquele momento, ou, por vezes, choravam.
Com o passar dos meses fomos investindo em atividades lúdicas, brincadeiras musicais e em envolver cada dia mais as crianças em atividades da rotina escolar, nas quais fosse necessário expressar-se oralmente para informar aos demais determinada situação, como por exemplo: auxiliar o professor a servir o almoço e depois contar aos demais colegas qual o cardápio do dia. 
Assim fomos percebendo os avanços e cada uma das crianças desenvolveu-se linguisticamente a seu tempo.
É relevante complementar que no Berçário II as 18 crianças estiveram amplamente envolvidas nas propostas pedagógicas sugeridas, as quais inspiraram e auxiliaram no desenvolvimento da linguagem oral e na desenvoltura linguística, expressando-se cada uma ao seu modo.

Caminhos para Publicação de Livro (formato revista) da História Coletiva da Turma Berçário II

A construção da história coletiva aconteceu ao longo do ano letivo de 2016, conforme as etapas já listadas em algumas postagens realizadas, dentre elas destacam-se:

"Escrita Colaborativa no Berçário II - através da audição atenta";

"Berçário II e a coleta de imagens e significados para sua Escrita Colaborativa";

"Quando a Vida vira Festa e a História Cria Vida: Mais um Ato do Berçário II".

Outras etapas que envolveram a impressão do livro em si, foram:
- a história coletiva foi criada pelas crianças, mas o título foi sugerido pelas famílias e, posteriormente, foi votado pelas crianças que escolheram através de votação, o mais votado foi a sugestão da família da Emylle: "Meu amigo, meu tesouro";
- criação e edição da história no power point, utilizando tanto as imagens escolhidas na internet para representação dos personagens como das crianças as fotografias fantasiadas;
- criação e edição de uma nova versão da história utilizando o programa adequado para impressão na gráfica, respeitando a essência da proposta inicial;
- impressão da história coletiva em formato revista devido ao valor estar mais acessível à realidade financeira da turma;
- dia de interação das crianças com o livro na sala de aula;
- dia de entrega dos livros às famílias, momento especial.

E seguem fotos do livro, como ficou nosso projeto concretizado:


  

  

  

  

  

  

  

  

  


terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Quando a Vida Vira Festa e a História Cria Vida - Mais um Ato do Berçário II

A sessão de fotos e a reprodução da festa junina, sugerida pelas crianças na criação da história coletiva, foi realizada na sala de aula e o painel para a sessão de fotos foi produzido por nós, com participação das crianças do Berçário II.
Neste evento a colaboração da família foi fundamental, apoiando com a produção das fantasias dos personagens representativos da história, escolhidos, anteriormente, pelas crianças.
Cada aluno fantasiado participou da sessão de fotos e da festa junina reproduzida na sala de aula.
Durante a festa as crianças se divertiram, comeram bolo de chocolate, dançaram e brincaram fantasiados.


Equipe de Trabalho do Turno da Manhã: Eu, Patrick e Ângela.



Berçário II e a coleta de imagens e significados para sua Escrita Colaborativa

A partir deste processo de criação da história coletiva, através da audição atenta da fala das crianças, foi possível estabelecer um critério de seleção das imagens a serem utilizadas na edição do livro.
Utilizamos o Data Show da escola para que as crianças pudessem escolher no notebook e com acesso a internet da escola, imagens que representassem os personagens escolhidos para a história, dente eles:
- Personagem Passarinho Azul - Sophia

- Personagem Bruxinha Baixinha - Camilli

- Personagem Hulk - Eduardo

- Personagem Homem de Ferro - Miguel

- Personagem Cuca (Sítio do Pica Pau Amarelo) - Carolina

- Personagem Cachorro - Cristopher

- Personagem Pintinho Amarelinho - Idadora Kist

- Personagem Branca de Neve - Isadora Bernardes

- Personagem Homem Aranha - Davi

- Personagem Super Man - Vinícius

- Personagem Batman - Vitor

- Personagem Capitão América - Christofer Pietro

- Personagem Ana Frozen - Laura

- Personagem Elsa Frozen - Natali

- Personagem Kristoff (Príncipe Frozen) - Gyan Paulo

- Personagem Olaf - Emylle

- Personagem Thor - João

- Personagem Arqueiro - Felipe

Neste momento de criação os alunos demonstraram alegria e satisfação em escolher as imagens dos personagens e estiveram envolvidos durante todo o processo, colaborando com suas ideias e sugestões para a criação da história coletiva.
 

Escrita Colaborativa no Berçário II - através da audição atenta

É fundamental nos dedicarmos, nos organizarmos e promovermos a audição atenta, principalmente quando pretendemos desenvolver e estimular a linguagem oral com bebês, em especial, na faixa etária de 1 ano e 5 meses aos 3 anos, 
Através da audição atenta, podemos refletir sobre as necessidades e dificuldades enfrentadas pelas crianças, respeitando seu modo de ser, seu tempo e suas possibilidades.
No Berçário II, enquanto professoras pesquisadoras, optamos por trabalhar a escrita colaborativa para auxiliar as crianças a se expressarem com mais clareza, riqueza de detalhes e ampliando seu vocabulário.
Para desenvolver a escrita colaborativa com uma turma de Berçário II, composta por 18 alunos, utilizamos o gravador como um recurso pedagógico para facilitar nossa organização e para tornar mais fidedigna a transcrição das ideias elaboradas pelas crianças envolvidas no processo de criação colaborativa.
Deste modo, foi possível promover a escrita colaborativa, através da audição atenta da história criada pelas crianças. As gravações foram realizadas em 5 etapas diferentes:
- na primeira etapa criaram o início da história;
- na segunda etapa escolheram os personagens que fariam parte da história;
- na terceira etapa escutaram a gravação da primeira etapa e complementaram a história a seu modo (as falas também foram registradas por gravação);
- na quarta etapa auxiliaram as professoras na montagem de um painel para ser usado na sessão de fotos para a edição do livro;
- na quinta etapa participaram da sessão de fotos, festejaram e criaram o final da história (e as falas também foram registradas por gravação).
Portanto, entendo que a utilização do recurso de gravação e escuta atenta da fala dos alunos foi possível transcrever de forma mais fidedigna a versão da história coletiva criada pelas crianças do Berçário II.